29 novembro 2006

De Alma Inteira

Indiada parceira!
Estamos colocando uma poesia que nos parece adequada a nossa situação. Principalmente, no final, quando diz que só podemos nos arrepender daquilo que não fizemos. Não devemos ter medo de tentar mudar pois existe um provérbio que diz que "O maior erro que um homem pode cometer é viver com medo de cometer um erro".
Nós estamos numa nova caminhada. O horizonte, às vezes, nos aparece meio nublado, com raios planchando a terra, mas temos de alcançá-lo, para ver que logo após sua linha, há luz. Brilhante luz.

Um abraço,
Tordilho


De Alma Inteira
Carlos Omar Villela Gomes

Retoçou o peito feito potro arisco renegando o freio...
Já mirei na volta, procurando as portas
Pra saltar bem longe dessa solidão.
Refuguei o mate, espantei as mágoas
E bebi das águas do meu coração.

Já não vejo sonhos tão incertos,
Nem percebo sombras mal dormidas...
A alma é clara e ilumina o breu.
Não me falem da linha do horizonte
Por distante, fugaz, inatingível...
Meu horizonte não é mais que eu.

Pois se meus olhos cegam,
Sem auroras
Frente aos tombos e tropeços da jornada...
Quando levanto e retorno à caminhada
Sou meu próprio horizonte nessa hora.

Pra quem é livre e renegou maneias
Não há malino que lhe escreva a sorte...
Não me quebram a espinha sem peleia,
Não me vergo a alma, nem na morte.
Não tremo ao tinir das açoiteiras,
Dou a cara a tapa, mostro a outra face...
Pois a cada golpe minha fé renasce
E eu renaço das cinzas, de alma inteira!

De alma inteira, abraçando o mundo,
Bendizendo a vida, retrucando os pealos,
E inundando os olhos, meio sem querer...
Não o pranto triste de uma dor que aflora,
Mas o pranto doce que a alma chora
Quando a paz é tudo o que se pode ver.

Meus manuscritos são simples,
Contam histórias tão simples...
É tão fácil ser feliz!
E mesmo tendo feridas
Só me arrependo na vida
Das coisas que eu nunca fiz.

As sementes que plantei e a terra não germinou...
A morada que ergui e a enchente carregou...
Os ideais que busquei e o destino me negou...
Não são peleias perdidas...
São entrelinhas da vida
Que escreveu o que sou.

E no fim de tudo, eu sei,
Levarei junto a certeza
Que pelo menos tentei.
De alma inteira me entrego à vida
Sem temer os golpes,
Desviando os laços que de sobre-lombo
O destino joga;

Sou assim, renasço, atropelo a sorte,
Minha alma inteira é de liberdade
E uma alma livre não se põe a soga!

2 comentários:

Valter Fraga Nunes disse...

Mas bah tchê, que poema mais lindo. Realmente tem tudo haver conosco, que estamos peleando para um objetivo comum, que é ser feliz através da prática da arte folclórica gaúcha, e hoje tenho certeza que estou no RUMO certo, principalmente por estar convivendo com pessoas tão especiais, que buscam atingir a felicidade, realizando um trabalho sério e ao mesmo tempo descontraído, este feito se consegue somente entre amigos e isso é um tesouro sem preço.

Valter Fraga

por janai gattino disse...

BOM O VALTER JÁ DISSE TUDO, QUE SÓ CONSEGUIMOS CHEGAR A UM LUGAR COM A AMIZADE , ALEGRIA E DETERMINAÇÃO,E REALMENTE ISSO NÃO TEM PREÇO .

UM GRANDE BJO NO CORAÇÃO .

JANAINA GATTINO