05 dezembro 2008

Posse da Nova Patronagem

No dia 3/dez/2008, tomou posse a nova Patronagem do Grupo.
Com a simplicidade e alegria características dessa turma, foi realizado um churrasco no CTG Setembrina dos Farrapos para comemoração e cumprimento da solenidade de Posse.
Inicia a transmissão de cargos

Valter, o Patrão que sai

Juarez, o Patrão que assume

Foi entregue ao Valter, nosso primeiro Patrão, um certificado de Patrão de Honra e Associado Benemérito




O Gustavo, bem que avisou: VAI FALTAR CARNE!!!!

Os Assadores, os "bebedores" e o Luizinho que não assa nem bebe
E começou a comilança
Tivemos a apresentação de danças birivas. O grupo "Os Mateadores", do GAF Novo Rumo, que está em formação, mostrou a Dança dos Facões
Por fim, apresentamos a nova Patronagem:

Da direita para esquerda: Liane (2ª Agregada das Pilchas), Inesita (1ª Agregada das Pilchas), Nilton (1º Sota-Capataz), Lair (1ª Capataz), Juarez (Patrão), Carlos (2º Sota-Capataz) e Valter (ex Patrão, agora Patrão de Honra)




20 novembro 2008

Visita a SPAAN

No sábado, dia 15, estivemos na SPAAN - Sociedade Porto Alegrense de Auxílio aos Necessitados onde passamos a tarde brincando com uma gurizad pra lá de macanuda. Nos apresentamos e depois de dançarmos com a turma da casa fomos visitar os que estavam nos quartos.
Que beleza!! Não tem como medir o que o GAF Novo Rumo sentiu ao ver o sorriso estampado nos olhos daquela gurizada.
Podem ter certeza que como diz aquele Tchê das panelas: VOLTAREMOS!!!





Semana que vem colocaremos mais fotos

14 novembro 2008

Seminário do Paixão Côrtes

No final de semana passado, em Viamão, ocorreu um Seminário de Tradicionalismo que teve como principal atração o folclorista Paixão Côrtes.
O GAF Novo Rumo não poderia ficar de fora de uma eventos des
ses participando tanto como aprendizes do Mestre como mostrando seu trabalho numa gratificante apresentação

Nosso Grupo, cheio de orgulho, fazendo pose com o Paixão


24 outubro 2008

Do site dos Angueras trago essa "jóia" postada pelo amigo Leandro Araújo









Bom dia, irmãos de arte!

Dentro do acervo de poemas gaúchos, poucos são aqueles que buscam uma temática mais jocosa, humorística. Xavier Fritsch é um desses poetas que explora o estilo com maestria. E meu poema do dia de hoje é uma dessas jóias.
Um ótimo final de semana a todos!
Leandro

JOÃO DAS FEIAS

Xavier Walter Fritsch

"As feia traz as bonita"
Dizia o João num ditado.
Assim vivia o lasqueado
Retocando as balzaquianas.
E nessa andança aragana
Por bailantas e carreiras,
Não tinha feia solteira
Que não sonhasse com o João
Com seu jeito bonachão,
Atipado e pacholento,
Atiçava os sentimentos
Do chinaredo de então.

Com um instinto de avestruz,
De comer qualquer porqueira,
E uma ânsia fandangueira
Picaneando no garrão,
Virava o rei do salão
Quando a cordeona roncava,
Sem refugar, se atracava
Na primeira que se abria
E a cachorrada se ria
Da cara larga do João,
Que, sem afrouxar o garrão,
Com as feias se divertia.

Das tantas que o João já fez,
Tem uma da Negra Manca,
Na Estância da Salamanca
Num dia de marcação.
A negrinha era um tição,
Tinha um bafo de cachaça,
Mas vinha rareando a caça,
Todo mundo acasalado.
Sem se fazer de rogado,
Ao canto da pomba rola,
O João sumiu com a crioula
Na garupa do gateado.

De outra feita, num surungo,
Tirou uma gringa faceira
Que apesar de dançadeira,
A risada era um relincho.
Mais feia do que um capincho
Com sarna braba no pêlo.
Tendo a gaita por sinuelo,
Na meia luz da bailanta,
Fez o baile com a percanta,
Sem ligar pra concorrência,
Pois diz a voz da experiência:
China feia ninguém canta.

De a cavalo era um São Jorge,
Sempre atrás de algum dragão,
Engrossando o pelotão
Das feias que ele alegrou.
Pelo pago se espalhou
A fama desse carancho.
Terror dos bailes de rancho,
Parceiro das capivaras
De onde vinha aquela tara
De urubu no mês de Agosto?
O louco não tinha gosto
E nem vergonha na cara.

Um dia o João se aquietou,
Largou de mão das gurias,
Dos bailes, das pulperias,
Se arranchou com uma morena
Linda de fala serena
E olhos claros transparentes,
Como as águas das vertentes,
De uma beleza esquisita.
E o João que não facilita,
Agora regenerado,
Repete em tom debochado
Que "As feia traz as bonita".

25 setembro 2008

ETA - Semana Farroupilha de Viamão

O GAF Novo Rumo participou da Semana Farroupilha de Viamão/RS. Além da apresentação do Grupo para um grande público, realizamos a Ronda da Chama Crioula e Oficinas de danças Tradicionais.


26 agosto 2008

A Xiruzada

Fotos mais atualizadas da Xiruzada do GAF Novo Rumo.
Iniciando com as Prendas
Neila, Inezita, Deise, Laureci, Liane e Rose

Os Peões:
Nilton, Tordilho, Petry, Gustavo e Paulinho

E por fim as "gurias".
Sentadidas, só esperando os xirús arrastá-las pro Tango!!

22 julho 2008

Lançada nova fábrica gaúcha de carros

Recebi esse texto por email e não sei o autor. Se alguém souber me informe para divulgação.


Os diretores da 'ARG' Autos do Rio Grande manifestaram sua intenção de instalar sua primeira filial/montadora da marca, em Santana do Livramento, tendo em vista a proximidade da cidade de Rivera, que facilita o contrabando com o Mercosul. Os gaúchos poderão contar com uma linha de veículos especialmente projetada para as características da terra, atendendo vários segmentos do mercado, com os seguintes modelos:
Charrua:

Camioneta para a família, amplo porta-mala-de-garupa, onde se leva o farnel e os apetrechos, muito espaço pra espalhar as patas, na frente e atrás. Nas versões QB (Quanto Badulaque) e CT (Cheia de
Tralha). Depois de velha, dá prá cortar e fazer picape.

Minuano:

Carro esporte, nas versões MB (Metido à Besta) e CF (Cheio de Frescura). Grande penetração aerodinâmica, mais assanhado que lambari de sanga. É carro pra quem tem guaiaca cheia.

Taura:
'Top' de linha, tipo sedã limãozine. Revestimento interno de pelego sintético importado do Paraguai. Terceiro banco em compartimento isolado, especial para transporte de sogra e guri berrento.

Guasca:
Modelo popular de 1000 PV (Pingo-a-Vapor). Bom para quem é pelado de nascença ou como segundo carro da família. Quem tiver um Guasca e outro carro melhor, guarde o carro bom na garagem e deixe o Guasca de fora. Nas versões PR (Pé Rapado) e ME (Meio Esgualepado). A ARG cogita ainda, o lançamento do modelo esportivo Bagual GT (Guasca Turismo), que vai depender das vendas das outras versões do Guasca.
Opcionais
-Buzina em três padrões: holandesa, hereford e zebu.
- Estofamento
em couro de vaca. Se quiser curtido. Tem que encomendar.- Injeção eletrônica. Quem aplica é o João da Pecuária.
- Não precisam de ar
condicionado. Tem vento encanado.
- Fogo de chão opcional.
-
Não tem macaco. Tem bugio.
- Não tem extintor de incêndio. Tem
urinol, que deve ser mantido cheio.
- Três marchas prá frente, uma
para trás e duas para a esquerda e duas para a direita, como no
vanerão.
- Câmbio paralelo automático, sem esse negócio de ficar
pegando na alavanca, porque não pega bem.
- Pára-choques em forma
de guampa.
- Não tem portas. Modelos em duas ou quatro cancelas,
'Hatchê'.
- Sai de fábrica com um rádio que só sintoniza o Omair
Trindade
- Rédea hidráulica opcional.
- Todos os modelos de pneus
Michelan fornecidos pela Borracharia do Piriquito.
- Rotação do
motor medida em BPM (Boleios por Minuto).

-
TODOS OS MODELOS TÊM PORTA-CUIA NO CONSOLE E A ÁGUA PRO
CHIMARRÃO É AQUECIDA COM ENERGIA SOLAR!!!!!



12 junho 2008

Tradicionalismo



“Tradição – um culto – e Nativismo – um sentimento – existem no mundo todo. Agora, Tradicionalismo só existe no Rio Grande do Sul. Quando existe fora daqui, é o gaúcho, que estende muito longe seus braços, para estreitar junto ao coração, em todas as querências, os gaúchos, as gaúchas e seus descendentes.
Tradição e Nativismo podem andar com uma única pessoa. Existem no singular. Tradicionalismo, não: é obrigatoriamente associativo, coletivo. Tradicionalismo é um movimento cívico-cultural. É a tradição em marcha, resgatando valores que são validos não por serem antigos, mas por serem eternos, exatamente os valores que trouxeram o Rio Grande e o gaúcho do passado para o presente, projetando-o no futuro”. Antonio Augusto Fagundes

“... é a tradição em marcha, passando de geração a geração. É a arte de colocar em movimento as pecas de uma tradição. São os meios pelos quais pelos quais a tradição passa de pai para filho. É um movimento gaúcho que busca conservar as boas coisas do passado através do culto e da vivencia.” Odalgil Nogueira da Camargo

“Tradicionalismo é o movimento popular que visa auxiliar o Estado na consecução do bem-coletivo, através de ações que o povo pratica (mesmo que não se aperceba de tal finalidade) com o fim de reforçar o núcleo de sua cultura; graças ao que a sociedade adquire maior solidez e o individuo adquire maior tranqüilidade na vida em comum” Luiz Carlos Barbosa Lessa
Glaucus Saraiva assim define:
"Tradicionalismo é um sistema organizado e planificado de culto, prática e divulgação desse todo que chamamos Tradição. Obedece a uma hierarquia própria, possui um alto programa contido em sua Carta de Princípios, que deve, na medida do possível, realizar e cumprir”.
“Tradição, comparativamente, é o campo das culturas gauchescas. Tradicionalismo é a técnica de criação, semeadura, desenvolvimento e proteção das suas riquezas naturais, através de núcleos que se intitulam "Centros de Tradições Gaúchos."
Segundo Edilberto Teixeira, "o termo se diversificou e se define como um Movimento alicerçado em nossos CTGs(Centros de Tradições Gaúchas), tornando-se assim uma fonte de cultura”

TRADICIONALISTA

O tradicionalista é um nativista que acredita na forca da tradição e, por isso, se perfila como se fora um soldado, na defesa e difusão de valores, princípios e crenças que constituem a própria historia do gaúcho.
O tradicionalista é o militante do tradicionalismo na defesa da tradição gaúcha, que apresenta, entre outras, os seguintes valores básicos: o espírito associativo, o nativismo, o respeito a palavra dada, a defesa da honra, a coragem, o cavalheirismo, a conduta ética,o amor a liberdade, o sentimento de igualdade, a politização e o senso de modernidade. (valores citados por Jarbas Lima, in “O sentido e o alcance social do tradicionalismo”).
Tradicionalista é aquele que pugna pela conservação das idéias e valores morais transmitidos de geração em geração, ao longo da nossa bela história rio-grandense. Tradicionalista é, pois uma pessoa que preza as tradições, sem ser retrógrado nem saudosista.

30 abril 2008

Nativismo

Continuamos com a definição de conceitos e termos que são utilizados freqüentemente no meio tradicionalista, escritos por Manoelito Savaris.

Nativismo

“Os valores do culto a Tradição mais característica do Rio Grande do Sul são o nativismo, a coragem, a hospitalidade, a honra, o respeito a palavra empenhada, o cavalheirismo, alem de outros.
Assim vê-se desde logo que o Nativismo não é um culto, como a Tradição, mas um dos valores desse culto. Nativismo é o amor que a pessoas tem pelo chão onde nasceu, onde é nato.” Antonio Augusto Fagundes

“é tudo aquilo que é próprio do local de nascimento, natural, não adquirido e que conserve as características originais. É o sentimento de defesa e amor ao pago nativo...” Odalgil Nogueira da Camargo

“é tudo aquilo que é próprio do lugar nato, (de naturalidade), portanto não é adquirido, mas conserva as características naturais (originais)” José Estivalet
Edilberto Teixeira diz que "nativismo é a qualidade do nativista. É aquele que é contrário, que é infenso a estrangeiros. Tudo o que é próprio do lugar de nascimento, que é ingênito, natural, não adquirido. Em filosofia, nativismo é a teoria das idéias inatas, independentes da experiência".
Antonio Augusto Fagundes afirma que é comum chamar-se de nativismo a arte que nasce da terra, que fala, que canta, que enfoca e que valoriza as coisas da terra dizendo-se: poesia nativista, canção nativista, música nativista, muito embora saibamos que a expressão correta para designar a corrente artística que valoriza os temas da terra seja "regionalista gaúcha".

03 abril 2008

Conceitos importantes para a compreensão da identidade do gaúcho I

Aproveitaremos definições descritas no site do IGTF para trazer algumas informações. Leia com atenção. Iniciaremos com a "Tradição". Os textos foram escritos por Manoelito Savaris em Maio/2007.

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Conceitos importantes para a compreensão da identidade do gaúcho


Com o objetivo de contribuir para a melhor compreensão a respeito das particularidades da sociedade sul-rio-grandense apresento alguns conceitos sobre termos que são utilizados freqüentemente no meio tradicionalista e por pessoas que se aventuram no campo da cultura típica da sociedade gauchesca.


TRADIÇÃO

“É o ato de transmitir os fatos culturais de um povo através de suas gerações. É a transmissão das lendas, narrativas, valores espirituais, acontecimentos históricos através dos tempos, de pais para filhos. É um conjunto de idéias, usos e costumes, recordações e símbolos conservados pelos tempos pelas gerações. É um culto aos costumes das boas coisas do passado. O povo gaúcho tem, no chimarrão, no fandango, na pilcha, nos temas musicais, na poesia, na doma, a mais bela das tradições.” Odalgil Nogueira da Camargo

“Essa palavra vem do latim, do verbo tradere (traditio, traditionis), que quer dizer trazer até, entregar. Em direito, tradição significa entrega. Em um sentido amplo, que é o que interessa para o presente estudo, tradição quer dizer o culto dos valores que os antepassados nos legaram, nos entregaram.” Antonio Augusto Fagundes
Glaucus Saraiva, na obra Manual do Tradicionalista, diz: "Tradição é o todo que reúne em seu bojo a história política, cultural, social e demais ciências e artes nativas, que nos caracterizam e definem como região e povo. Não é o passado, fixação e psicose dos saudosistas. É o presente como fruto sazonado de sementes escolhidas. É o futuro, como árvore frondosa que seguirá dando frutos e sombra amiga às gerações do porvir. "
Glaucus Saraiva, na mesma obra, cita ainda Hélio Rocha que diz:

"Tradição não é simplesmente o passado.
O passado é o marco. A Tradição é a continuidade.
O passado é o acontecimento que fica. A Tradição é o fermento que prossegue.
O passado é a paisagem que passa. A Tradição é a corrente que continua.
O passado é a mera estratificação dos fatos históricos já realizados. A Tradição é a dinamização das condições propulsoras de novos fatos.
O passado é estéril, intransmissível. A Tradição é essencialmente fecundadora e energética.
O passado é a flor e o fruto que findaram. A tradição é a semente que perpetua.
O passado é o começo, as raízes. A Tradição é a seiva circulante, o prosseguimento.
O passado explica o ponto de partida de uma comunidade histórica. A tradição condiciona o seu ponto de chagada.
O passado é a fotografia dos acontecimentos. A tradição é a cinematografia dos mesmos.
Enfim: Tradição é tudo aquilo que do passado não morreu”.

No entanto, aquela etapa é essencial para a compreensão do que vem ocorrendo com a cultura desde os anos 90 do século passado. Ou seja: ciclicamente, de trinta em trinta anos, ao ensejo de alguma rebordosa mundial ou nacional, e havendo clima de abertura para as indagações do espírito, termina surgindo algum "ismo" relacionado com a Tradição.
Assim foi com o gauchismo dos anos 90. Com o regionalismo dos anos 20. Com o tradicionalismo dos anos 50. Com o nativismo de agora. E sou capaz de jurar que lá pelo ano 2010 surgirá uma espécie de telurismo antinuclear ou cibernético, resultante da inquietação de analistas de sistemas em conluio com artistas plásticos, incluindo cartunistas e comunicadores visuais.
É claro que, de acordo com cada época, modifica-se a dinâmica e o campo de ação. Mas, no fundo, é tudo a mesma coisa: expressão de amor à gleba e respeito ao homem rural".

08 fevereiro 2008

Poesia do Dia

MINHA LÁGRIMA
Autor: Moró

Não culpem a minha lágrima que desce
Pela epiderme rota do meu rosto
De ser a mensageira do desgosto
E de toda a mágoa, enfim, que me aborrece!

Ela é, somente, um componente oposto
Ao mal que a vida sempre me oferece,
Porque quando o meu espírito adoece
Ela umedece meu corpo decomposto!

Esse pingo d'água que me molha a face
Só reflete as dimensões do meu impasse
E a imensidão letal do meu sofrer!

Ela é apenas a essência de minhas penas
Que correm deprimidas... Mas serenas
Pelos rios subterrâneos do meu ser!

II

Não culpem esse meu grito em desatino
Que, às vezes, não domino na garganta,
De ser a maldição negra que espanta
Os dias mais azuis do meu destino!

Ele é somente o eu que se levanta
Do meu espírito pobre e teatino
E que o vento maleva faz de hino
Para anunciar outra semana santa!

O brado agudo que esse peito solta
Só ameniza as dores da revolta,
Tornando brando meu gemido aflito!

E quanto mais o arbítrio me condena,
Mais eu reduzo o peso dessa pena
E me liberto de vez... Pelo meu grito!

III

Não culpem meu cavalo, eterno guia
Em todas as fatídicas jornadas,
Pelas passadas lerdas e estropiadas
Que nunca alcançam minhas fantasias!

Ele também é um oponente à estrada
A qual insisto, em minhas teimosias,
De percorrê-la ao rumo de utopias
Que, bem sabemos, não nos leva a nada!

Esse pingo de um trotear tristonho
Só transporta a carga dos meus sonhos
E todos meus pecados no selim!

E ainda aceita, por buenacho e tauro,
Que eu use a sua metade de centauro
Para que eu tenha patas sob mim!

IV

Não culpem ninguém por meus fracassos
Ou por essa minha alma feita em trapo,
Pois essa imagem que tenho de farrapo
É porque ainda não juntei os meus pedaços!

Aceitei me fazerem menos guapo
E ser vestido, a rigor, como palhaço!
Eu mesmo me feri dos meus puaços
E engoli, sem protestar, todos os sapos!

Portanto... Se eu chorar, não chorem junto,
Pois as lágrimas nos olhos de um defunto
Não mais transmitem dor... Nem padecer!

Apenas são gotas que, embora sejam penas,
Correm deprimidas... Mas serenas
Pelos rios subterrâneos do meu ser!